“ O olhar é a linguagem do coração” – essa frase do escritor inglês Willian Shakespeare não poderia ser mais verdadeira. É com os olhos que demonstramos nossas emoções e nos comunicamos com o mundo. Porém, com o surgimento de rugas e da flacidez, o aspecto de tristeza e cansaço toma lugar do estado de espírito real, causando grande incômodo.
Para resolver essa alteração estética, pode-se recorrer a cirurgia de pálpebras ou blefaroplastia.
A seguir, explicarei detalhadamente como é feita, as diferentes modalidades e indicações desse procedimento.
Blefaroplastia é uma cirurgia de pálpebras que tem como objetivo tratar três desarmonias causadas pelo envelhecimento da região dos olhos: excesso de pele, bolsas de gordura e flacidez.
O procedimento é feito em centro cirúrgico e dura entre uma e duas horas. Na maior parte dos casos, a anestesia é local com sedação intravenosa. O paciente recebe alta em torno de doze horas depois da intervenção, podendo voltar às atividades normais em uma semana, aproximadamente.
Os pontos são retirados por volta de cinco a sete dias depois da alta. O resultado final pode ser sentido entre seis e doze meses, a depender da recuperação de cada indivíduo.
As cicatrizes tendem a ficar bem discretas e disfarçadas, justamente pela espessura da pele ser bastante fina e delicada nessa área. Na parte superior ela fica localizada no sulco palpebral e na parte inferior, na linha dos cílios.
Além de promover um rejuvenescimento e melhora da autoestima, o procedimento proporciona um benefício funcional. Nos casos de flacidez avançada, a retirada do excesso de pele que recai sobre os olhos desobstrui a visão do paciente.
Quando a cirurgia é realizada na pálpebra superior. A finalidade desse procedimento é retirar o excesso de pele e as bolsas de gordura que costumam aparecer no canto interno dos olhos.
Apesar de ser realizada com mais frequência em pessoas a partir dos quarenta anos ou que já apresentam sinais de envelhecimento, a blefaroplastia superior pode beneficiar pessoas jovens com questões relacionadas a fatores genéticos.
Outros benefícios da cirurgia envolvem um levantamento das sobrancelhas e da pálpebra, rejuvenescendo ainda mais a face do paciente.
A blefaroplastia inferior é realizada na pálpebra localizada abaixo do olho. Sua finalidade é retirar bolsas de gordura e excesso de pele.
Quando o paciente é mais jovem, o problema pode ser amenizado somente retirando a gordura. Nesses casos, utiliza-se a técnica da blefaroplastia transconjuntival, em que não há necessidade de cortes e a gordura é acessada internamente, não deixando cicatrizes.
Quando é preciso retirar o excesso de pele, o corte é feito na linha dos cílios, assim, as cicatrizes ficam praticamente imperceptíveis.
Blefaroplastia completa é quando existe a necessidade de operar tanto a pálpebra superior quanto a inferior. As duas correções são feitas ao mesmo tempo, em um único procedimento.
A blefaroplastia ampliada ou subperiostal é indicada para indivíduos que apresentam,, além do excesso de pele nas pálpebras, uma flacidez acentuada na região média da face, evidenciada pelo surgimento do “bigode chinês” ou ruga nasolabial.
A proposta da técnica é elevar a área do terço médio, proporcionando um rejuvenescimento maior do rosto.
Antes do procedimento, o cirurgião plástico irá solicitar exames como o hemograma ( exame de sangue) e o coagulograma ( análise da coagulação do sangue). Importante informar ao médico sobre doenças oculares como glaucoma, olho seco, além de doenças cardiovasculares, pressão alta, diabetes e problemas circulatórios. Pacientes que fumam devem interromper o uso um mês antes da cirurgia. Medicamentos anticoagulantes devem ser evitados.
A blefaroplastia é uma cirurgia considerada simples e de rápida recuperação.
Nos primeiros dias é comum surgir um inchaço e algum desconforto que é amenizado com a ingestão de analgésicos prescritos pelo especialista. Também é recorrente a sensação de vista embaçada por causa do uso de colírios e pomadas recomendadas para o pós-operatório. Essa sensação pode ser amenizada com aplicação de compressas frias.
Em relação ao repouso, é necessário que o paciente permaneça os dois primeiros dias em total inatividade. Depois, deve-se fazer um descanso relativo e evitar atividades físicas intensas.
A higienização deve ser feita de acordo com a orientação do cirurgião plástico. Não é recomendado tocar ou coçar os olhos para evitar qualquer tipo de contaminação.
Na primeira semana, apesar de liberado o retorno ao trabalho, ainda é arriscado dirigir, por causa da visão turva. O contato com vapor ao cozinhar ou tomar banho não é aconselhado por causa da possibilidade de sangramentos.
Lentes de contato e maquiagem são permitidos após o décimo quinto dia.
Enquanto houver hematomas é sugere-se não se expôr ao sol. O uso de protetor solar contínuo até noventa dias da cirurgia.
A drenagem linfática é uma opção para uma regressão rápida das cicatrizes, impedindo a retração da pele.
Apesar dos riscos serem pequenos e as complicações raras, existe a possibilidade de ocorrer sangramento, especialmente em pacientes diabéticos e hipertensos. Por isso, essas doenças devem estar controladas para a realização do procedimento.
Gestantes não devem realizar qualquer cirurgia, devendo passar por avaliação médica após o parto.
Importante frisar que as orientações do cirurgião plástico devem ser seguidas à risca para evitar qualquer tipo de complicação e obter uma recuperação mais rápida e resultados condizentes com o esperado.
Procure sempre um profissional médico com título de especialista reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.